As Entidades Espirituais que
incorporam em nossos terreiros de Umbanda com o arquétipo infantil e que formam
a Linhas das Crianças, Erês ou Ibejada são representantes da alegria, da
sinceridade, da inocência e de tudo que é puro. No entanto, essa Linha e toda
sua potência é pouco conhecida pelos próprios umbandistas que, na maioria das
vezes, só as veem como crianças peraltas ou submissas. Consequentemente os
trabalhos religiosos com essa Linha ficam cada vez mais distantes dos terreiros
ou ainda ligadas somente ao sentido da festa, das guloseimas, da bagunça e da extravagância em todos os
sentidos.
Na realidade essas Entidades
são Seres Espirituais mestres nos conceitos do Bem e do Puro e muito ajudam
para evolução moral dos médiuns ensinando que a única forma de se levar
vantagem é sendo puro, como é a criança, também não admitem a mentira nem
a maldade. Os filhos de Ogum, como também são conhecidos, têm a presença mais
alegre da Umbanda, trazendo sempre renovações e esperança, reforçando a
natureza pura e ingênua dos seres humanos. É a linha que mais cativa as pessoas
pelo ar inocente que traz na face do médium.
Saiba que é brincando e rindo
que efetuam maravilhosos trabalhos de descarga fluídica, aliás, é no sacudir
dos braços e pernas que atiram seus fluidos naturais afastando, assim,
espíritos de baixa vibração que estejam prejudicando as pessoas. Com esses
movimentos também desagregam energias densas enraizadas no corpo astral e
áurico que proporcionam doenças no corpo e na alma.
A fala com as ‘Crianças’ é
sempre cheia de brincadeiras e de “ingenuidade”, no entanto são profundas,
sábias e altamente reveladoras, mesmo porque o que mais estimulam em nós é o
autoconhecimento. Além disso, uma das suas maiores capacidades é nos fazer rir
e é nesse riso contagiante que “eles” curam nossas amarguras.
As ‘Crianças’ gostam de sentar
no chão, junto à terra, fonte de energia transmutadora e curadora, suas preces
são cantadas em melodias alegres fazendo referência a Papai e Mamãe do Céu e em
mantos sagrados. Seus pontos riscados são curtos e bastante cruzados pela
Flecha, Coração, Chave e Raiz… são verdadeiros Magos Naturais. Quem já não
ouviu a frase: “O que os Filhos das Trevas fazem, qualquer criança desfaz. O
que a criança faz (no sentido do Bem, é claro) ninguém desfaz ou interfere”.
A festa das Crianças na
Umbanda, conhecida como Festa de São Cosme, Damião e Doun, tem duração de um
mês, iniciando em 27 de setembro (Cosme e Damião) e terminando em 25 de outubro
(Crispim e Crispiniano). Aproveite o dia, a energia, a vibração e todo o
entusiasmo dessas maravilhosas Entidades, dê uma pausa para pensar, abrir o
coração e entenda, embora de forma simples e pura, as profundas e sábias
mensagens desses verdadeiros SÁBIOS – Senhores da Pureza Cósmica.
Aproveite também e determine algo especial para você. Determine que seu lado
infantil e puro sempre influencie suas decisões e seus relacionamentos.
E, se for a uma festa de Cosme
e Damião em um Terreiro de Umbanda, aproveite ao máximo a oportunidade e todos
os ensinamentos e leve para casa, além dos doces e bolos, o exemplo de alegria
dessa encantadora falange de Yori!
Salve as Crianças! Salve os
Erês!
Salve Cosme e Damião!
Salve Oni beijada!
Sobre os termos utilizados
YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.
YORI: um dos raros termos sagrados que se manteve sem nenhuma alteração. Esse termo, assim como Yorimá, era de pleno conhecimento da pura Raça Vermelha, só se apagando do mental do Ser humano após a catástrofe da Atlântida. Ele ressurgiu através do Movimento Umbandista, em sua mais alta pureza e expressão. Traduzindo este vocábulo através do alfabeto Adâmico, temos: A Potência Divina Manifestando-se; A Potência dos Puros.
BEIJADA: nome dado, no Brasil,
às entidades que se apresentam sob a forma de crianças. São, conforme a crença
geral, nos cultos afro-brasileiros e na Umbanda, as falanges dos Orixás gêmeos
africanos IBEJIS.
IBEJI (ib: “nascer”; eji: “dois”) Orixás
gêmeos africanos que correspondem, no sincretismo afro-brasileiro, aos santos
católicos Cosme e Damião. Ibeji na nação Keto, ou Vunji nas nações Angola e
Congo.
DOIS-DOIS: Nome pela qual são
designados os santos católicos Crispim e Crispiniano; os santos Cosme e Damião;
o Orixá africano IBEJI e a falange das crianças na Umbanda.
ÊRÊ: Vem do yorubá iré que
significa “brincadeira, divertimento”. Existe uma confusão latente entre o
Orixá Ibeji e os Erês. É evidente que há uma relação, mas não se trata da mesma
entidade. Ibeji são divindades gêmeas, sendo costumeiramente sincretizadas aos
santos gêmeos católicos Cosme e Damião. Erês, Crianças, Ibejada, Dois-Dois, são
Guias ou Entidades de caráter infantil que incorporam na Umbanda.
Por Mônica Caraccio
Extraído do site
http://www.minhaumbanda.com.br/blog/?p=2304