A palavra quaresma vem do latim para quadragésima e é utilizada para designar o período de quarenta dias que antecede a festa ápice do cristianismo: a ressurreição de Jesus Cristo, comemorada no famoso Domingo de Páscoa, prática esta que data desde o século IV. Na quaresma, que começa na quarta-feira de cinzas e terminando com a quinta-feira da Semana Santa, os católicos realizam a preparação para a Páscoa. O período é reservado para a reflexão e a conversão espiritual, ou seja, o católico deve se aproximar de Deus visando o crescimento espiritual e é neste período, em especial, que os fiéis são convidados a fazerem uma comparação entre suas vidas e a mensagem cristã expressa nos Evangelhos. Esta comparação significa um recomeço, um renascimento para as questões espirituais e de crescimento pessoal. O cristão deve intensificar a prática dos princípios essenciais de sua fé com o objetivo de ser uma pessoa melhor e proporcionar o bem para os demais. Essencialmente, o período é um retiro espiritual voltado à reflexão, onde os cristãos se recolhem em oração e penitência a fim de preparar o espírito para a acolhida do Cristo Vivo Ressuscitado no Domingo de Páscoa. Todas as religiões têm períodos voltados à reflexão, eles fazem parte da disciplina religiosa e cada doutrina tem seu calendário específico para seguir.
A Quaresma dura na
verdade 47 dias, uma vez que no calendário litúrgico os domingos não são
contados, perfazendo então 40 dias. A duração da Quaresma está baseada no
simbolismo do número quarenta na Bíblia, o número quatro simboliza o universo
material e os zeros que o seguem significam o tempo de nossa vida na Terra, com
suas provações e dificuldades. Nesta, fala-se dos quarenta dias do dilúvio, dos
quarenta anos de peregrinação do povo judeu pelo deserto, dos quarenta dias de
Moisés e de Elias na montanha, dos quarenta dias que Jesus passou no deserto
antes de começar sua vida pública, dos 400 anos que durou o exílio dos judeus
no Egito…
Cerca de duzentos
anos após o nascimento de Cristo, os cristãos começaram a preparar a festa da
Páscoa com três dias de oração, meditação e jejum. Por volta do ano 350 d. C.,
a Igreja aumentou o tempo de preparação para quarenta dias e assim surgiu a
Quaresma. A cor litúrgica deste tempo é o roxo, que significa luto e
penitência, o que explica o fato das imagens católicas serem cobertas com um
manto roxo nesse período. A Igreja católica propõe, por meio do Evangelho
proclamado na quarta-feira de cinzas, três grandes linhas de ação: a oração, a
penitência e a caridade. Não somente durante a Quaresma, mas em todos os dias
de sua vida, o cristão deve buscar o Reino de Deus, ou seja, lutar para que
exista a justiça, a paz e o amor em toda a humanidade.
Todo umbandista
precisa se preparar para as alterações energéticas geradas durante os três
ciclos: carnaval, quaresma e semana santa. Se somos umbandistas e a Umbanda é
uma religião cristã, porque não seguir o exemplo do nosso Mestre Jesus que,
antes de iniciar uma nova fase, um ciclo que deixaria marcas na eternidade,
guardou silêncio, refletiu, lutou contra seus conflitos interiores e venceu.
O templo umbandista
ou centro espírita é um pronto socorro espiritual, onde os irmãos necessitados,
que buscam ajuda não escolhem períodos determinados para solicitar auxílio e
seria contraditório achar uma porta fechada justo no momento de maior precisão.
Dentro
da interpretação da quaresma como um período de ressurgimento, a Umbanda
entende esse tempo como uma chance dada a todos de arrependimento sobre as faltas
cometidas e a oportunidade de se mostrarem prontos para recomeçar, assim como o
Cristo recomeçou sua vida espiritual após sua passagem de sofrimento na Terra.
Por isso, também nesse período os espíritos que se encontram nos níveis de
energia inferiores têm a oportunidade de se redimirem daquilo que os mantém
ainda em sofrimento.
Na
quaresma é oferecida a confiança da liberdade para que eles demonstrem em
gestos e atitudes que se prepararam para recomeçar. Têm a oportunidade de
prestar o serviço indicado pelos seus mentores espirituais. Muitos cumprem as
tarefas se mostrando preparados para o caminho evolutivo. Outros não o fazem.
Para estes, essa não passa de uma oportunidade para voltar a praticar o mal,
através da obsessão espiritual, vampirizando aqueles que se encontram ligados a
eles emocionalmente, sejam seus afetos ou desafetos.
Durante
esse tempo em que eles possuem a liberdade de ação, não se encontram sozinhos.
São vigiados de perto pelos anjos guardiões, conhecidos por nós como Povo de
Rua. Na quaresma, os guardiões são os responsáveis por guardar a Terra e vigiar
os espíritos que buscam a regeneração, como uma tropa de choque implacável
contra aquilo que cause má influência aos espíritos encarnados. Esses
verdadeiros policiais da Terra freiam as ações malévolas dos Obsessores.
Terminado
esse período, são os responsáveis por recolherem novamente os espíritos
espalhados por toda a Terra e de encaminhá-los para os planos astrais a que
pertencem. Por isso que ouvimos dizer com freqüência que, na quaresma, os
guardiões estão no comando das ações, pois são Anjos de Deus bastante
capacitados para controlarem os espíritos ainda em estágio inicial de evolução.
Baseado
nas influências desse período, precisamos estar ainda mais atentos para
preservar nosso campo energético. Nossos chakras têm a função de filtrar as más
energias, mas depende muito de nós o quanto refletirá em nossos perispíritos a
influência das baixas vibrações do meio. Em nossa casa, recebemos a graça de
termos nossos chakras mais protegidos contra as más energias através do
cruzamento de pemba em nossos canais fluídicos principais. A casa também tem
seu altar desmontado e suas cortinas fechadas, demonstrando assim, o
recolhimento que se faz nesse período.
Entretanto
é sempre importante salientar que só estamos protegidos na medida em que
procuramos a proteção. Por isso, todos nós, mas principalmente aqueles que
trabalham com a mediunidade, devemos ficar mais vigilantes e cuidadosos com as
influências energéticas negativas, tanto as mentais quanto as espirituais.
É
preciso sempre prestar atenção aos padrões de pensamento. Atitudes, sentimentos
e comportamentos negativos aproximam energias ruins de uma forma mais
acentuada. É importante ainda evitar os excessos, principalmente no consumo de
álcool e manter as drogas ainda mais distantes de nosso convívio. Tudo aquilo
que entorpece nosso corpo, altera nosso estado de consciência e, portanto,
deixa a mente mais suscetível a influências externas. Vigiar sua presença em
locais de baixo nível vibratório também é importante para resguardá-lo do
desequilíbrio energético. Apesar de estarmos susceptíveis em todo tempo de
nossas vidas, nesse período a influência é ainda mais frequente. Evitemos
brigas e desavenças. Procuremos estar cada vez mais próximos de nossa fé em
Deus e em nós mesmos, a fim de conservarmos o máximo de energia possível, não
nos desgastando e nem dando abertura para a obsessão.
Mas o que dizer sobre os
outros guias e mentores espirituais?
Como temos estudado nesses
últimos meses, nossa religião é linda em vários aspectos. O fato de falar aos
que tem vocabulário simples, de tocar fundo o coração das pessoas, de
proteger-nos do visível, mas principalmente do invisível, são apenas algumas
das características que demonstram um pouquinho daquilo que a Umbanda
transforma no coração daqueles que a praticam e que a buscam.
Entretanto, mais do que isso, ela cuida da nossa parte fluídica, das energias que nos cercam. Ela nos auxilia em nossos caminhos através dos conselhos sérios e sinceros dos que nos instruem e nos acompanham: nossos guias e mentores espirituais.
Da
mesma forma que quando estamos em uma escola, ao participarmos de uma Casa
Umbandista, realizarmos trabalhos espirituais, seguirmos um grupo religioso e
até mesmo no trabalho realizado nas Colônias, somos acompanhados de perto pelos
guias e mentores espirituais. Nós, espíritos em evolução, somos como alunos,
que estão dia após dia tentando praticar o que aprendem em sala de aula, a
Terra de expiações. Nossos mentores e guias espirituais, da mesma forma que
professores, coordenadores e diretores dessa grande escola, constantemente
precisam trocar informações sobre o que vem acontecendo, discutir as melhores
possibilidades de crescimento, verificar o que tem sido proveitoso para nós...
E por isso, a cada ano Espiritual se reúnem como em um Conselho, não de Classe,
mas de Vida, para tomarem novas resoluções para o ano que se segue.
Reavaliam nosso andamento,
escutam outras experiências, trocam informações, tiram dúvidas e programam a
chegada do novo período. Para tudo isso, contam com a quaresma, época em que
precisamos andar sozinhos, seguindo os aprendizados e agindo de acordo com os
ensinamentos recebidos anteriormente. Para isso se recolhem nas colônias,
realizando diversos estudos e trabalhos espirituais.
Mas sabemos que os espíritos que nos guiam são energias que poderiam estar em vários pontos ao mesmo tempo... Então Por que não podem estar na Terra também durante esse período?
Não é que não possam estar
na Terra também nesse período, mas como vimos anteriormente, durante a
quaresma, a Terra tem guarda e cuidados dos guardiões. Eles são os responsáveis
por coordenarem as atividades espirituais aqui, enquanto os outros Espíritos se
dedicam às missões de auxílio nas colônias, ao estudo e às conversas sobre as
novas ações para o próximo ano espiritual. Não deixam de nos observar e
acompanhar nosso crescimento. Mas o fazem com menor frequência.
Nesse
período, para nós encarnados, também é uma oportunidade de tomar boas
resoluções. De rever o que se foi e estabelecer metas para o recomeço. Não
devemos perder tempo com culpas e remorsos, mas aproveitar a chance para nos
capacitarmos para o recomeço da tentativa de acertar! Leiamos um bom livro,
escutemos boa música, façamos uma viagem tranquila. Limpemos nossos armários,
esvaziemos nossas estantes, joguemos fora aqueles papéis que não nos servem
mais. Livremos-nos dos maus momentos e guardemos as boas lembranças. Fiquemos
todos lindos de corpo, alma e coração para praticar a palavra de Deus no seu
sentido mais amplo! Abracemos os amigos, nos desculpemos com aqueles
que fizemos sofrer e procuremos fazer dos desconhecidos, parceiros para toda
vida... Esforcemos-nos para botar em prática o que temos aprendido ao logo
desses anos de estudo e prática espiritual.
Extraído dos sites:
http://www.minhaumbanda.com.br/blog/?p=1288
http://www.ceenc.com.br/2012/12/estudo-de-grupo-ceenc.html
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